Um projeto de lei em trâmite na Câmara dos Deputados tem causado polêmica entre os praticantes do tiro esportivo. De autoria do deputado Dr. Rosinha (PT/PR), a proposta pretende proibir a prática do esporte por crianças e adolescentes e até impedir o acesso destes aos clubes de tiro. Permitir a presença, inclusive, passaria a ser tipificado como crime.
Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), Paulo Lima e Silva afirma que a lei representará um golpe nas categorias de base da modalidade. Segundo ele, a formação de atletas, que se inicia principalmente em escolas militares, na faixa de 16 anos, seria extinta.
- Nós já não temos renovação naturalmente. Se proibir a permanência ou a prática de menores de 18 anos, o tiro vai sofrer um baque muito grande. Acabar com o esporte não acaba, mas vai ficar capenga - afirmou o dirigente, em entrevista ao "SporTV News".
Na visão dos defensores da proposta, o tiro esportivo pode estimular um comportamento agressivo em jovens atletas pelo uso das armas. Já praticantes afirmam que o esporte ajuda a aumentar a concentração.
Cinco vezes campeão sul-americano e líder do ranking nacional, Felipe Wu treina desde os oito anos de idade. Provável aposta para as Olimpíadas do Rio-2016, o atleta destaca os benefícios do tiro.
- No nosso esporte, não precisa tanto no físico, mas sim um amadurecimento psicológico. Tem que começar cedo, se não nunca vai chegar competitivo em uma idade boa - disse.
Curiosamente, o primeiro medalhista de ouro do Brasil saiu do tiro esportivo. Em 1920, nos Jogos da Antuérpia, Guilherme Paraense sagrou-se campeão, enquanto Afrânio Antônio Costa levou a prata. Os brasileiros ainda conquistaram o bronze por equipes.
- A proibição de frequentar o ambiente é um desestímulo para quem quer começar, para quem está competindo. É um desencontro neste quadriênio até 2016 - afirmou Ricardo Brenk, diretor de carabina e pistola da CBTE, citando o ciclo olímpico até os Jogos Olímpicos do Rio.
O projeto de lei já foi aprovado pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, mas ainda precisa passar pelas Comissões de Seguridade Social e Constituição e Justiça para ir a votação no plenário.
Fonte: SporTV News
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