Presente desde a primeira edição das Olimpíadas Modernas, em Atenas 1896, modalidade exige concentração e perfeição milimétrica
14/06/2012 10:03 - Atualizado em 14/06/2012 17:53 Por Natalia da Luz
AHE!
Precisão é o maior objetivo de quem pratica o tiro esportivo. A busca pela perfeição na modalidade leva à necessidade em acertar o alvo. Na carabina esportiva, a regra é rígida, e o atirador tem que atingir o alvo de 0,5 milímetro que fica a 10 metros de distância.
- O atleta atira 60 vezes durante uma hora e 45 minutos. A meta é acertar o centro do alvo, que vale 10 pontos - conta em entrevista ao AHE! Bruno Heck, recordista da categoria carabina três posições 50m e aposta de medalha para 2016, no Rio.
O atleta, que conquistou o bronze pela carabina três posições, no Pan-Americano de Guadalajata, no ano passado, lembra que, antes da largada, o competidor pode atirar quantas vezes quiser. Depois, serão 60 tiros contados, valendo cada um 10 pontos. A pontuação máxima chega a 600.
Poucos chegam a essa marca. No Brasil, o recorde é de 594 pontos e foi alcançado pelo próprio Bruno, especialista em arma longa (modalidade que reúne a carabina de ar comprimido, três posições e pequeno calibre).
- Essa arma que a gente usa aqui tem um cilindro, aquele mesmo que usamos em mergulho. Com o tiro, ele libera uma quantidade de gás que vai impulsionar o chumbinho até o alvo - explica o gaúcho, ressaltando que cada atirador tem o seu próprio estande, com a mesa e o monitor, que dá clareza ao atleta em tempo real!
- O sistema é todo eletrônico, e conforme acertamos o alvo, o computador vai contabilizando os pontos. Aos poucos, a gente consegue visualizar todas as marcas do chumbinho - conta ele, mostrando a munição de 4,5 milímetros em uma caixa de 500 unidades, suficiente para uma semana de treino.
Cada disputa vem acompanhada de muito desgaste. Isso porque, além da disciplina e do treinamento diário (de 4 a 8 horas), a concentração também é um meio para alcançar uma boa pontuação. E para auxiliar essa preparação, Bruno usa uma espécie de armadura enquanto atira.
- O equipamento também é composto de casaco, calça e botas especiais que dão sustentação e evitam lesões. O atirador fica em uma posição curvada durante muito tempo. A calça e o casaco dão esse reforço na lombar.
Tiro esportivo nas Olimpíadas
Nos primeiros Jogos Olímpicos, em 1896, em Atenas, das nove modalidades que participaram da disputa, o tiro esportivo foi a que teve o maior número de atletas. Um ano depois, a França sediou o primeiro campeonato mundial da categoria. Hoje, o esporte é dividido em quatro categorias: pistola, carabina, tiro ao prato e alvo móvel. Ao todo, são 17 provas.
Em Pequim 2008, Stênio Yamamoto (na pistola de 50 metros) e Júlio Almeida (pistola de ar 10 metros, pistola livre 50 metros e no tiro rápido 25 metros) foram os nomes brasileiros da modalidade. Em Londres 2012, teremos novamente dois representantes: Ana Luiza Ferrão Mello, na pistola 25m, e Felipe Fuzaro, na fossa olímpica double.
Na categoria defendida por Bruno, o Brasil não terá atletas na busca por medalhas. A esperança do atleta é chegar aos Jogos de 2016.
Ao desembarcar em Londres, as armas dos brasileiros e de todos os 390 atletas serão transportadas do aeroporto até o Royal Artillery Barrack (local de competição).
Preconceito que emperra o desenvolvimento
A prática estimulada pela revolução indústrial é absolutamente esportiva, sem qualquer conexão com a violência urbana, mas ainda esbarra no preconceito. São poucos os praticantes no Brasil, apesar de um histórico favorável para a modalidade: ela foi a primeira a trazer uma medalha em Jogos Olímpicos para o país, com Guilherme Paraense, em 1920, na Antuérpia.
- Acho que precisamos de visibilidade, credibilidade, de aceitação. Tirando o preconceito, desligando o tiro esportivo do tiro de combate, acreditamos que teremos mais apoio, mais suporte e mais patrocinadores - encerra Bruno.
Fonte: AHE!
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